Pontes tÉrmicas associadas a paredes, tetos e pisos & reboco tÉrmico

Atenção às pontes térmicas a nível das paredes, tetos e pisos dos edifícios. Elas são causa de desconforto e gastos excessivos de energia.

O que são pontes térmicas?
A maior parte das perdas e ganhos de calor a nível das nossas casas e outros edifícios não se faz normalmente - ao contrário de uma perceção muito generalizada - através de pequenas aberturas, tipo brechas ou fendas associadas a janelas e portas. A maior parte dessas perdas e ganhos de calor é muitas vezes feita através das vigas, do vidro, do alumínio, e de outros materiais que compõem as estruturas dos nossos edifícios. E são essas partes materiais dos nossos edifícios, através dos quais há ganhos ou perdas indesejadas de calor, que constituem o que as chamadas pontes térmicas em edifícios.

O calor também sai ou entra nas nossas casas e outros edificações através dos materiais - cimento, madeira, aço, etc. - que compõem as suas paredes, telhados, tetos e pisos, ou através dos vidro e outros materiais das janelas, ou dos materiais das portas. E são essas transferências de calor que se designa por pontes térmicas.

É um facto frequentemente menosprezado e muitas vezes esquecido, mas mais importante para o nosso conforto térmicos e gastos com energia, do que as entradas e as fugas de ar, por pequenas brechas e aberturas…

Condutividade térmica dos diferentes materiais usados nos elementos das casas

Materiais como o alumínio (condutividade térmica: 117) ou o aço (condutividade térmica: 26) têm elevadas taxas de transmissão de calor.

O vidro comum (0,65), o betão/concreto (0,48), o tijolo de barro (0,36) ou a madeira (0,13) têm uma condutividade bastante menor, mas ainda assim significativa.

Ou seja: sempre que existam diferenças de temperaturas entre o interior e o exterior dos nossos edifícios, haverá também transferências de calor num ou noutro sentido, através de materiais como o cimento, o betão, a madeira, o tijolo ou o vidro, para já não falar do aço ou do alumínio, afetando as temperaturas das nossas casas e os nossos gastos em climatização.

Ver: Tábua com a condutividade térmica de múltiplos materiais (inglês)

Isolantes térmicos

O objetivo dos isolantes térmicos – lã de vidro, fibra celulósica, poliestirenos, poliuretanos e dezenas de outros - instalados nas paredes, telhados, tetos e pisos e caves das nossas casas é obviamente o de minimizar essas transmissões de calor.

Esses materiais são escolhidos por terem uma muito baixa condução térmica, e por serem capazes de bloquear ou limitar significativamente os fluxos indesejados de calor.

Pontes térmicas e Reboco Térmico

Pontes térmicas em casas e edifíciosNão basta no entanto instalar isolantes térmicos nas quantidades certas, nas cavidades dos tetos, paredes e pisos.

É necessário também evitar transmissão de calor por via dos vigamentos (de betão, madeira, aço…),  pilares, lintéis, cabeceiras e ombreiras, condutas, tubagens, cantos, interseções... Noutros termos: é necessário evitar pontes térmicas (ver imagem, mostrando o que pode acontecer em tempo frio, numa casa aquecida).

Correção de pontes térmicas na reabilitação de edifícios: Reboco Térmico

A solução mais imediata - em termos de correção de pontes térmicas - pode envolver pequenas correções como o isolamento de tubos e condutas, por exemplo. Mas a mais geral, envolve a cobertura de toda a envolvente do edifício – paredes, mas também tetos e eventualmente pisos - com uma adequada camada de material isolante. Ou seja: a solução mais geral é aplicar um reboco térmico no exterior (ou no interior) do edifício.

O que é o reboco térmico?
Reboco térmico consiste, em sentido estrito, na instalação de uma camada contínua de material isolante ao longo de toda a superfície externa das paredes exteriores de um edifício. Em sentido amplo, o reboco térmico pode envolver também os tetos, os pisos e todas as partes do envelope do edifício. O objetivo é, neste caso, evitar pontes térmicas, ou seja, a transferência indesejada de calor para dentro ou para fora dos nossos edifícios, por via de vigamentos ou outros materiais que não estão devidamente isolados térmicamente.

Nota: Muitos códigos de construção internacional recomendam o uso combinado de isolamento das cavidades e reboco térmico.

Na prática, a instalação do reboco térmico em edifícios existentes pode colocar questões operacionais ou mesmo legais que há que ter em conta.

Adicionar reboco térmico num sótão pode não envolver quaisquer dificuldade prática, se houve espaço, como normalmente acontece: basta adicionar a quantidade necessária e desejada de material isolante, que tanto pode ser uma fibra (celulose, fibra de vidro), uma espuma (poliuretano), ou uma placa rígida (polietileno).

Mas adicionar uma camada de material isolante ao interior ou ao exterior das paredes exteriores colide normalmente com questões como batentes, lintéis, cabeceiras e ombreiras e elementos de janelas e portas, ou com falta de espaço para instalar o reboco.

Correção de pontes térmicas em novos edifícios

O reboco térmico em novos edifícios passa normalmente pela aplicação de uma camada de alguns centímetros de um isolante térmico sobre toda a envolvente do edifício - algo que pode ser combinado com o isolamento térmico das cavidades, ou não.

Ao contrário do que pode acontecer com o reboco térmico em edifícios existentes, a instalação de reboco térmico em novos edifícios é um procedimento fácil e essencial em termos de eficiência energética e conforto. O seu payback é rápido, tanto mais que os custos em causa são moderados ou mesmo relativamente baixos.

A instalação de materiais fibrosos (fibras celulósicas, por exemplo), pode ser uma opção barata e vantajosa, mas há outras opções, como espumas, sprays e painéis rígidos, que normalmente exigem uma menor espessura para se atingir a mesma eficiência energética. Painéis de poliestireno, por exemplo, oferecem uma boa relação preço/qualidade e, sobretudo, excelente resistência à água, o que não acontece com fibras isolantes como a celulose.

Ver:
Materiais Isolantes Térmicos
Níveis de isolamento térmico desejáveis

 

 

 

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